segunda-feira, 6 de junho de 2011

Arte, Sexualidade, Religiosidade: para quê a polêmica?

A repercussão vem sido grande, espero que as discussões nos sirvam para refletir de que forma estamos nos posicionando, se há ou não há preconceitos, se vemos representações que remetem a falos tão presentemente nas mídias, por que eles não podem ser também ressignificados pela Arte?
Que tipo de arte/educadores seremos nós, se ficamos em silêncio perante outras formas de enxergar a realidade que não a "arte oficial", aquela que está nos museus, resguardada pelos "grandes nomes" em um história da arte preponderantemente masculina e colonizadora?
A obra de arte pode e em muitos casos deve assumir uma função política e questionadora em nossa contemporaneidade.
Que tipo de ensino de arte estaremos promovendo se nos calamos perante a este tipo de embate?
Embates são necessários, essenciais numa democracia. O ambiente universitário não é um ambiente fechado em que "só determinados temas" são tratados. Devemos lembrar de como foram criadas as primeiras universidades e quais os conceitos em que o própria denominação "universidade" estabelece.
Flávia Pedrosa



Releitura erótica de 'A Última Ceia' provoca polêmica na Univasf

Da redação
aceiacompenis01A obra “A Ceia”, do aluno do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UNIVASF e artista plástico Gregório Braque, vem causado uma grande polêmica desde sua instalação na última quinta (05/05). A peça remete ao afresco de Leonardo da Vinci, “A Última Ceia”, porém para representar os apóstolos, o discente usou 12 objetos fálicos (11 brancos e 1 marrom) dispostos em base de argila sobre pratos de porcelana.

Desde então, servidores, professores e outros alunos iniciaram uma série de protestos contra o que acreditam ser uma “afronta aos bons costumes”. A obra já foi coberta com um lençol e várias pessoas já colocaram cartas na vidraça ao lado, repudiando o objeto.

Uma das servidoras, que não quis se identificar, contou à redação do programa Nossa Voz, da Grande Rio FM Petrolina, que devido à reação negativa dos alunos de engenharia, os estudantes de artes visuais fizeram ainda um painel com várias imagens de órgãos sexuais e pessoas nuas e o expuseram próximo à obra. “Várias imagens indecentes, está constrangendo tanto servidores quanto alunos”, relatou.
Nem todos, entretanto, têm a mesma opinião sobre a iniciativa dos artistas plásticos. Em um blog mantido por um projeto do Departamento de Artes Visuais (DAV) da UFPB (http://ensinandoartesvisuais.blogspot.com/), a docente da Univasf Flávia Pedrosa questionou a reação de certa parte da comunidade acadêmica. “Por que o choque? Não seria o caso de se perguntar o motivo do trabalho, mas qual a sua relação com o meio, talvez como forma de protesto, tendo em vista que os últimos trabalhos dos discentes do curso tem sofrido algum vandalismo por parte de discentes dos cursos das engenharias ou outros que se utilizam dos mesmos espaços?”, escreveu.

E adicionou: “Como trabalhar uma obra como esta em sala de aula? Como desmistificar questões que envolvem sexualidade na escola, nas aulas de Artes Visuais? Por que elementos sexuais pode ser explorados atualmente extensivamente pelas mídias e expostos a todos os tipos de público e todas as faixas etárias e num trabalho artístico provoca tanto repúdio, ojeriza?”

Disponível em: Site Grande Rio FM

Trabalho de estudante de Artes gera polêmica na Univasf em Juazeiro



Não é de hoje que sexo e religião geram discussões. E quando estes dois temas aparecem juntos, a polêmica é inevitável. Foi o que aconteceu no campus da Univasf, em Juazeiro, quando um estudante decidiu colocar em prática o assunto com o objetivo de cumprir uma atividade disciplinar do curso de Artes. O trabalho está exposto no hall do prédio da universidade desde a semana passada, e dividiu opiniões, porque mostra vários pênis representando os apóstolos de Jesus, tendo ao fundo uma foto da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci.
Alunos do curso de engenharia acharam exagerada a forma de tratar o tema. “Estão confundindo liberdade de expressão com imposição”, disse um deles. Uma outra estudante justificou que tal manifestação até poderia ser feita, desde que em um ambiente mais restrito da universidade.
Mas o professor do curso de Artes, Matheus Steincarrier, saiu em defesa do seu aluno, que não se encontrava na Univasf ontem (10) à tarde, quando nossa reportagem esteve no local.
Em sua justificativa, o professor argumentou que já havia chamado a atenção do estudante, há cerca de dois meses, para a repercussão a partir da obra que o aluno iria compor. Mas ele informou que o trabalho usa elementos da cultura ocidental, e o cristianismo faz parte dessa cultura. “O trabalho está afirmando, de maneira positiva, o cristianismo”, disse Matheus.
No texto exposto juntamente com o trabalho, o estudante ratifica o que diz o professor, quando explica que a sexualidade, compreendida em seu aspecto cultural, era vinculada no mundo romano a vários elementos da vida cotidiana (entre os quais a religião). Inclusive em religiões romanas pré-cristãs, o pênis ereto, segundo o texto, era utilizado para espantar o azar e trazer boa sorte. “A arte vai possuir sempre uma leitura muito ampla”, ponderou o professor, ao considerar natural a polêmica.
Disponível em: Blog Carlos Britto

Obras de arte, marginalizando a sexualidade humana?

Ao entrar no prédio de aulas da Univasf, no campus Juazeiro, todos viram a exposição de material na área da entrada. Desde sexta feira (06/05/2011) a amostra “A Ceia”, de Artes Visuais, vem se mostrando de muita polêmica.



Como vocês podem observar, são sim do formato de pênis. Essa amostra tinha como a intenção falar sobre a sexualidade e o fato do "órgão masculino espantar o azar e trazer a boa sorte”, comparado com os apóstolos e indo pelo aspecto religioso, mas parece que não teve boa repercussão.


Muitos alunos quando foram à faculdade estudar ficaram horrorizados e chocados quando encontram esse tipo de material ao deleito.

Com todo o respeito ao curso de artes, eles deveriam se preocupar com o fato de que muitas pessoas poderiam não gostar ou se ofenderem com tal exposição.

A Sexualidade é um dos maiores bens que o homem pode ter, não deveria ser exposto em pratos, com o fundo de um templo, nem ser exposta como um papel no bebedouro. Seria isto a marginalização da sexualidade humana?

Existe uma lei a Lei nº10/78/M de 8 de junho, que fala sobre a exposição e exibição pública de material pornográfico. Quem quiser denunciar esse caso e ir mais fundo nessa historia o procedimento é escrever para a ouvidoria.
OBS: COMO COMPLEMENTO A ESTE POST, OS COMENTÁRIOS, EXPLICAM O "OUTRO LADO DA MOEDA".

Disponível em: Blog Produvasf

Mais polêmica

Hoje, novamente, ao entrar no prédio de aulas da Univasf, no campus Juazeiro, a mais nova obra de Artes Visuais deu a continuação da polêmica.
Sem título

Foi montado um painel, com Imagens contendo mulheres e homens nus, com seus órgãos sexuais a mostra, insinuações de sexo, e imagens insinuativas.
Os responsáveis da obra tentaram explicar a proposta, a ideia da obra para os estudantes, professores e a comunidade, e mesmo com muito bate papo, gritaria e zombaria ainda não se chegou a nenhuma conclusão.
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Um comentário desse post que merece ser citado:
"Bem, como o autor do blog expôs, não chegou-se, apesar das ferrenhas discussões, a um denominador comum. Mas creio que o importante aqui não seria construir essa homogeneidade de compreensão.
A grande contribuição dessa obra exposta e geradora de de tantos dissabores, é justamente essa possibilidade de tirar a comunidade acadêmica do lugar-comum. Possibilitar discussões tão amplas e problemáticas que permitam questionarmos aquilo que nos apropriamos como "verdades".
Entendo que a obra jamais buscou converte-se numa manifestação de choque, mal-estar, repulsa ou mesmo rebeldia sem causas, a questão é que, a arte mesmo quando produção particular, não desvincula-se do plano social, coletivo, seja pelas referências de vida do autor (que possuem um caráter individual e coletivo), seja pela própria interpretação da proposta atribuída no âmbito social.
A temática da moral, tantas vezes exposta como maior causa de repúdio à obra, é fruto de discussões e posturas coletivas, que transfiguram-se ao longo do tempo e espaço. Apoiar-se numa dita moral estática que muitas vezes promove discursos e posturas antagônicas deveria ser o eixo norteador dessas discussões, assim, todos ganharíamos uma sociedade menos hipócrita, a arte consolidaria seu papel interventor na sociedade e a Universidade seu papel de formação crítica de cidadãos. "
por Anônimo.

Disponível em: Blog Produvasf
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