segunda-feira, 4 de maio de 2015

E agora José?



E agora José?
Distante da pátria amada
colhendo notícias de notícias
volto pra onde
pra onde volto
seio desgastado
errante água seca
desmentido horizonte azul
contas e contas
recontadas sem conta-gotas
acumulando juros...
E agora, José?
Ouro, prata, cobre, níquel
roubados, desviados
Correm os corruptos
para o silêncio
o povo desespera
as ruas manifestam
o sangue na luz do agora evapora
mesmo assim retinto na tua face
está aquele sorriso bobo
desmesurado
de quem aceita tudo
de quem tudo aceita...
E agora, José?
Vai te acalmar e aceitar,
lutar, brigar, reclamar?
Ou vais usar mais uma vez a face virtual
e postar umas mil vezes
que isso tem que parar...
E o que pára José?
Pára a ida,
pára a vinda
parando o rumo
da criação, da educação, da economia de um país...
É José, espero que esse agora possa ser reinventado
porque se já já eu nestas terras os pés toco,
não quero ter que revirar os olhos
para o céu, à procura de um sol
no meio de um mar de cinzas...