sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Arte


Vejo sempre a Arte como algo que liberta, que traduz, que transpõe.
Sou movida pelas suas ideias, suas noções, suas práticas e, por muitas vezes me encontrei nela.
Quantas pessoas passaram por um ensino de Artes deficiente, perpassado por noções equivocadas da Estética,  das formas, do próprio aprender e enxergar Arte... Muitas pessoas acham, por isso e outros motivos, a Arte inútil.
E o que é útil então?
Quando tocamos alguma expressão que nos emite a criação algo incrível acontece, há um certo ar de magia na Arte, mesmo no Pós-moderno, nos conceitualismos, na quebra, nos hibridismos perceptuais. A Arte toca, de alguma forma, a humanidade que achamos que perdemos, porque estamos vazios e deseperados em uma solidão mediada pela tecnologias e intermediada pelas mídias que nos manipula, nos traz o prazer em frente a TV enquanto não pensamos e assistimos. Nosso mundo e nossas sensações, tempo para pensar, ser, criar, a Arte permite isso, não há quem o negue. Talvez ninguém consiga conceituar realmente o que seja ou não Arte, porém, nós sabemos quando ela nos atravessa.
E eu atravesso as horas sentindo e percebendo as coisas.
Atravesso contando, recontando, vendo e trocando.
Acredito no diálogo.
Acredito num futuro de crescimento interconectado, interdisciplinar, inter...


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ensinar é ser espelho


"A força da palavra"
técnica mista - 2008

Estava hoje refletindo sobre algumas questões que meus amigos levantaram quando conversamos antes de vir pra Juazeiro - BA...

Muitos me alertaram sobre ser professor universitário,  em questões como o ego, a busca pelo sucesso na carreira, às vezes "esquecendo de si mesmo", a disputa dos títulos, "sou doutor em... e você , é mestre em que?", ou coisas do gênero.
Depois de um pouco mais de 3 meses, estou já com uma visão sobre como é a carreira de um professor universitário.
Para dizer isso, primeiramente preciso fazer referência ao momento em que decidi batalhar para um dia lecionar em uma universidade. E meu sonho era grandioso: teria que ser uma universidade federal.

Eu passei alguns anos de minha vida dando aulas a supletivo, ensino fundamental (polivalente), educação de jovens e adultos, oficinas de artes com crianças e mini-cursos com idosos. Em todos, tive grandes desafios, mas pude perceber algo que me motivou: no ensino fundamental estavam as maiores carências (afetiva, teórica, humana, em artes).
Nesta fase, compreendi que o ensino é o espelho pelo qual é desenvolvido o diálogo.
Para mudar a base do ensino é necessário uma mudança da parte superior do plano - mudar as mentes dos futuros professores, para que exerçam efetivamente o magistério.
Na época, me perguntei em como faria isso.
Porque algumas pessoas me achavam sonhadora demais. Porque eu ainda estava fazendo especialização e, via de regra (senso comum no Ceará) os professores de universidades federais possuem, no mínimo Mestrado.
Eu sabia que tinha de correr para um Mestrado, ai fui visitar aulas na UFC e na  UECE. Vi não peixes, mas tubarões enormes e suas indicações pras vagas, desanimei no momento e desisti de tentar. Continuei participando de palestras, conferências, para me animar.

Pois foi buscando informações na internet sobre a área que mais gosto em Artes que descobri a seleção para tutor no novo Curso de Licenciatura em Artes Plásticas na UECE via UAB. Inscrevi-me, fiz a seleção e passei! Fui lecionar em Orós como professora formadora e aprendi muito com os alunos de lá.

Pois bem, novamente na Internet, encontrei o concurso pra professor na UNIVASF.
Fui desacreditada por muitas pessoas que me conheciam: 1 vaga?  Loucura!

Confiei em mim e na força que me motivava a continuar e seguir com meus objetivos, estudava até a madrugada, ia trabalhar às 6 hrs, chegava em casa às 18hr e ficava estudando. Me privei de algumas coisas para conseguir. Li toda a bibliografia, planejei minha aulas, pensei e pesei tudo bem.
E o resultado chegou, e estou aqui.

Com esta experiência posso afirmar que podem até haver pessoas que consideram um título maior que a experiência ou o conhecimento apreendido através da auto-gestão do conhecimento. Porém, acredito que aprender é estar aberto a novas possibilidades de ver. Não sou este tipo de pessoa e, mesmo quando conseguir chegar ao doutorado, não me sentirei superior a ninguém, pelo contrário, desejarei contribuir mais pra educação.

Com este cargo, com as pessoas que venho conhecendo e estão vendo meu esforço e dedicação, posso afirmar que é uma experiêcia incrível, que perpassa por uma dialética e, além disso, revela em seus reflexos  potencialidades e possibilidades no diálogo.

Não tenho medo de dizer o que penso, não tenho máscaras e não vim pra vencer às custas de "pisar" em alguém.
Vim pra estudar a educação e pra construir com meus alunos uma mudança, uma mudança significativa no ensino.

Não adianta você estudar educação e não intervir na escola. É falar no vazio, é teorizar sem agir. Eu tive minhas pequenas grandes vitórias por onde passei e isso sempre levarei na lembrança como o estímulo e amor pela educação. Quero que meus alunos sonhem comigo nessa transformação através do ensino de Artes, nessa possibilidade tangível e necessária.
 Enfim, ser educador em uma universidade é ir além da fala, é permear outros âmbitos além da Academia, é olhar o outro profundamente e mostrar a ele as tantas janelas que levam a imensidão do mundo.

Lecionar Artes é compreender que a visão precisa de um maior adensamento, é dialogar sobre a produção, é enxergar para o passado com o olho vivo no futuro, é, principalmente, participar ativamente de uma construção de si e do outro através da imagem refletida no espelho.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ah...Educação...


"Flores de tinta não morrem"
acrílico s/ tela - 2009

Abaixo segue um texto que o aluno Marcos Velasch (nome artístico) me entregou em um trabalho sobre Sociologia da Educação.
Este post é uma homenagem a todos os alunos que vêm demonstrado não só inteligência mas também criatividade e percepção crítica sobre o fenômeno educacional.


Costumamos pensar na Educação como um processo para “a vida toda”.
 Foi assim que aprendemos ao longo da nossa jornada nos bancos escolares, e será sempre esse o slogan de professores, família, enfim, essa ainda é a bandeira que costumamos hastear quando nos pomos diante do tema educação.
Mas, como se dará esse processo ao longo da vida?

O que nos espera além dos muros escolares e dentro deles?
 O tempo urge e urra em busca de uma resposta menos subjetiva para “essa vida toda” que nos é prometida pelo discurso educativo.
Sabemos que a escola e o aluno estão ligados intrinsecamente pela figura do professor e pelo fantasma da “sociedade”, grande “máquina” manipuladora do ser e do ter enquanto ser social.
Ao longo dos anos, a sociedade tem ditado os modelos que a escola deve seguir no processo de ensino e aprendizagem, geralmente desprezando o intercâmbio entre o saber do aluno e o saber do professor, criando entre eles um distanciamento gritante.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eu confio!

A palavra de ordem do dia é confiança.
Confiar para merecer
Confiar para crescer
Confiar para criar
Confiar para distinguir
Confiar para discernir
Confiar para dialogar
Confiar para conseguir
Confiar para conquistar
Confiar para seguir
Confiar para construir
Confiar para renovar
Confiar para decidir
Confiar para ir...