domingo, 27 de setembro de 2009

Mensagem-código

Manguel (2003,p.44) afirma: “manipuladas pela mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada. ‘Adoramos as imagens’, mas não aprendemos em profundidade por meio delas”.
Hernandez(2007, p.38) revela: “Se não se ensina aos estudantes a linguagem do som e das imagens, não deveria, ser eles considerados analfabetos da mesma maneira como se saíssem da universidade sem saber ler ou escrever?”

Analfabetismo Visual = falta de reflexão frente às imagens do cotidiano

Como o arte-educador deve proceder tendo estes conceitos em mente?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Educação...

Estou aqui relendo contextos e usos na educação escolar e lembro da ideias de Bordieu e na sua aplicação prática. Muito do capital cultural é explicação para divisão social de classes, explicação justa, mas que não interfere na prática se não pensada criticamente.

O professor deve considerar as teorias e adequá-las segundo o contexto cultural de seus alunos.
O contexto cultural deve ser visto desde o primeiro dia de aula através de diagnóstico. A inserção e uma relação entre a cultura do aluno e a cultura da escola é necessária.
A cultura da escola não pode nem deve servir de instrumento de manipulação do poder.
O poder na cultura da escola se manifesta quando se propõe um currículo arraigado de conceitos e proposições básicas da estética, da ética, da compreensão de uma classe social em detrimento das outras.
O professor que se nega a utilizar de ferramentas didáticas diversas, mente para si que trabalha e se torna instrumento leal de uma prática injusta de ensino emburrecedor.

Marx e sua visão socialista, na educação , se formos perceber o viés da aplicação real, foi um hitlerista de primeira. Ditar como deve ser uma sala de aula “ideal” é nada mais nada menos que considerar que todos os alunos devam ter o mesmo “nível” cultural.
Educação sem um entendimento multicultural e intercultural é educação reprodutivista do modelo de sociedade e mantenedora da situação entre as classes sociais.

E qual o modelo educacional a seguir?

Acredito na percepção freiriana de educação e sei que na história da educação nunca houve como nesses últimos anos, um incentivo tão massivo e midiático na educação como um todo.

Gosto de pensar nas possibilidades do uso das Mídias. As mídias na sala de aula, principalmente as que as tecnologias contemporâneas disponibilizam enquanto Ferramentas Didáticas (Orkut,blog, webconferência, câmera digital,celular, etc).

Estou com uma pesquisa em andamento via Núcleo Temático de Políticas Públicas e Educação - NUTEPP pela UNIVASF cujo Grupo de Trabalho tem como temática as Ferramentas Didáticas no Ensino de Artes.
Utilizo a EAD já faz algum tempo e acredito piamente no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC´s) no ensino e aperfeiçoamento a distância, instrumentos dialéticos de construção da aprendizagem, incentivando, principalmente a uma maior autonomia do estudante.
A leitura também é uma das importantes colaborações da EAD, diversos estímulos visuais são organizados e , como já dizia GARDNER, o processo de ensino-aprendizagem se eleva em qualidade.
Minha pesquisa utiliza a plataforma Moodle como interface didática de troca de experiências e registro de atividades do NT. Acredito que utilizarei este viés epistemológico em meu anteprojeto para o Mestrado.

A minha visão enquanto práxis educativa na Universidade vem se ampliando e continuo a ler e reler teorias, a sonhar com a mudança que há de vir, que virá.
Até mesmo porque, para ser educador, tem que ser missionário, já bem dizia o Pe.Marcos, de Palmácia, o educador tem uma missão a promover e zelar.
E, como eu escrevi em um de meus textos escondidos aqui no notebook (escrevo demais): cada um tem o limite que se impõe.
Além de ter vocação, o professor deve não colocar rótulos em si mesmo e expandir sempre seus horizontes.
Eu olho agora para fora da janela, com vontade de ver mais coisas, o sono vem e sei que ainda há muitas gotas a pingar nesse velho rio...

Um olhar através

As veracidades são opacas na luz cromada de uma retícula que se reveste de teorias arraigadas.
Eu vejo o instante roubado, a palavra que morreu e a voz que se desespera porque repete o que já foi dito, vejo a morna sensação do arrepio incutida na mente, trancafiada pelo gelo macio das formalidades.
Vejo o cinismo latente, batendo portas e tranco meu ego para não trocar-me com arranhões e venenos.
Gosto de olhar para cobras e sanguessugas sinceramente, olho no olho, não tenho medo deles, finjo que os escuto, que os entendo e as palavras, fortes em suas bocas se tornam vazias em minha mente. Me protejo de dias que acontecem e que ainda virão.
Quero me munir de mais teoria, rever minhas práticas, olhar para meu balde de pesquisa que está enchendo aos poucos da água do mar, um dia chego ao oceano, ao oceano que estão os grandes mestres.
Não tenho medo de querer mais, nem de sonhar, o sonho é para mim a fonte mais pura e verdadeira do que quero conseguir e do que quero doar.

Porque ser educador é aprender a dar muito de si, é saber que cada um tem o limite que se impõe. E eu não posso negar que não consigo limitar meus sonhos, sonho sonhos mirabolantes, coisas fantásticas pra acontecer nesse Sertão, nesse São Francisco tão pleno, tão resistente, tão rico.

Saudades dos amigos não tenho tantas, carrego todas as experiências e diálogos na lembrança, cada detalhe, cada gota de sangue, suor, lágrima, de riso e de desejo serve como bagagem, bagagem da minha história pessoal.

Eu não sou daqui e quando olho para o dia começando, a vontade vindo de viver mais, estou no rumo que anos atrás sonhei e eu sei, plenamente que vim para ficar.