terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dias melhores

Entre auroras e luares meu coração desperta,
abre um sossegado suspiro e bocejo, enormemente.
Queria uma verdade explícita,
o mundo há de estar encoberto demais de maquiagens.

Vou tocando densamente as elevações flocadas das nuvens,
desfacelando o começo do dia pedindo, pedindo, desejando.
Desejo desmedido entre as barras,
qual a suspeita da dor?

A dor atravessada,
buscar sempre, não deixar virar barulho de choquinha.
Eu já quis demais sair de um lugar,
ir além dos muros,
atravessei o caminho que estava tão distante
e fiz nós,
nós que nos soltaram dessa dor de ser.

Nós que estamos a meio caminho e,
às vezes, morremos na praia.

E eu não páro de tentar,
não consigo nem por um minuto deixar a corda rolar solta,
tenho medo de nos enforcar.

Muitas saídas aparecem,
mas nenhuma visível, elucubrações.
Vejo em minha mente um sonho completo,
procuro visualizá-lo,
ele é destino, imagem, miragem, quero muito.
Tento sentí-lo em minhas mãos, bem perto do corpo.
Empedernido é o desejo de algo além.

Nestas quatro paredes virtuais
sussuro ao teu ouvido,
não há milagres,
há sim, sempre , uma luta entre o que somos e o que queremos realmente ser.

O dia de hoje está começando,
ainda não é o novo dia que eu mereço ter e,
mesmo assim, eu luto por dias melhores.

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