sábado, 16 de agosto de 2008

Língua

Não é um rio,
não é um som,
uma horta repleta de odores,
não é o vento cortando as copas das árvores,
não é a Serra e sua neblina triste,
não é suspiro, das moças velhas,
a viúva que se perdeu nas dores,
nem mesmo o cachorro latindo pela madrugada,
nunca é um detalhe em si,
em horas difíceis cortadas pela vontade,
eu, a Terra, o Universo e a Lua,
todos permanecemos admirados com este sentimento,
talvez eu devesse tocar mais devagar
e ir até a metade da rua,
mas da rua ele me veio,
tropeçando, contando,
antigo,
do que em outros vislumbrou,
escuto o zunido de seu toque
e num estímulo vejo,
vejo nitidamente,
tudo tem agora mais que um colorido.
Eu tive meu momento de dúvida,
agora tenho litros e litros a doar.

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