As veracidades são opacas na luz cromada de uma retícula que se reveste de teorias arraigadas.
Eu vejo o instante roubado, a palavra que morreu e a voz que se desespera porque repete o que já foi dito, vejo a morna sensação do arrepio incutida na mente, trancafiada pelo gelo macio das formalidades.
Vejo o cinismo latente, batendo portas e tranco meu ego para não trocar-me com arranhões e venenos.
Gosto de olhar para cobras e sanguessugas sinceramente, olho no olho, não tenho medo deles, finjo que os escuto, que os entendo e as palavras, fortes em suas bocas se tornam vazias em minha mente. Me protejo de dias que acontecem e que ainda virão.
Quero me munir de mais teoria, rever minhas práticas, olhar para meu balde de pesquisa que está enchendo aos poucos da água do mar, um dia chego ao oceano, ao oceano que estão os grandes mestres.
Não tenho medo de querer mais, nem de sonhar, o sonho é para mim a fonte mais pura e verdadeira do que quero conseguir e do que quero doar.
Porque ser educador é aprender a dar muito de si, é saber que cada um tem o limite que se impõe. E eu não posso negar que não consigo limitar meus sonhos, sonho sonhos mirabolantes, coisas fantásticas pra acontecer nesse Sertão, nesse São Francisco tão pleno, tão resistente, tão rico.
Saudades dos amigos não tenho tantas, carrego todas as experiências e diálogos na lembrança, cada detalhe, cada gota de sangue, suor, lágrima, de riso e de desejo serve como bagagem, bagagem da minha história pessoal.
Eu não sou daqui e quando olho para o dia começando, a vontade vindo de viver mais, estou no rumo que anos atrás sonhei e eu sei, plenamente que vim para ficar.
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