Sei que enfim, tu me olhas, com teu olhar de devoro, de esgueiro, repassa as dores do que não foi, porque o tempo, tempo é para poucos. Tempo certo, momento de ser, assumidamente. Tatuo na mensagem todos os minutos escondidos em segredo, no recôncavo dos toques, sussurados no que não foi dito, silenciado. Babulcio a força que move em velocidade plena, aceito o destino, olhos, grandes olhos auscultando a platéia que vive e não vive, que apenas visualiza e é visualizado. Eu sou então a pluma, voando pelos ares, sem pesos ou medidas, sou forçadora de entregas mútuas e que saia, saia logo o que estava preso. Vou para casa em um caminho longo. No encontro novo, de novo, vejo árvores, pedras, pessoas, lugares, mudando porque também mudei, e a lua, que há de ditar para alguns, o momento certo de dizer adeus.Calculo que estou parindo, um detalhe, um rimo, um entalhe e risco, como quem pinta um quadro sem o desenho pronto, sei que flui, misturando a paleta com voracidade as cores chegam, sem que as convide ao certo, vejo-as prontas à minha frente no gesto do que é dito. Entremeio partes, colho detalhes, guardando-os para depois, quem sabe um dia, um dia eu chegue ao ponto e do ponto não seja apenas um segundo, soltando as asas longe...
Calculo que estou parindo,
um detalhe,
um rimo,
um entalhe
e risco,
como quem pinta um quadro sem o desenho pronto,
sei que flui,
misturando a paleta com voracidade as cores chegam,
sem que as convide ao certo,
vejo-as prontas à minha frente no gesto do que é dito.
Entremeio partes,
colho detalhes,
guardando-os para depois,
quem sabe um dia,
um dia eu chegue ao ponto
e do ponto não seja apenas um segundo,
soltando as asas longe...
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