Muita coisa aconteceu nesse intervalo em que deixei de publicar aqui.
Volto então pelo momento, a revisão está em pauta e nesta revisão, revejo os passos dados,
dos tantos lugares e pessoas
dos eventos, dos diálogos e conheceres.
Nestes meses estive imersa em territórios do ensino, da investigação e da produção artística...
Há dois dias estive pela 5a vez em Paris, 2a vez com meu amor.
Nestes dias, a ida ao Pompidou, os caminhos traçados juntos, os olhares entre Duchamp, Jeff Koons, as linhas abertas de tantos modernos e contemporâneos e aquele velho questionamento batendo à porta, até quando, até quando teremos que responder pra que serve a Arte?
As tantas imagens desses dias, poucas sobraram, algum bug tecnológico deu-se na minha câmera fotográfica... talvez porque deviam permanecer em registro apenas na memória.
E o que é a memória? espaço que se esconde e registra , vocabulário gráfico, de onde emergem as imagens mentais que tenho desenhado nestes anos de doutorado...
Abaixo uma foto de parte do meu diário gráfico que vem desempenhando um papel mais do que de impressão, sensação ou criatividade, meu diário aparece além da tese e me conecta com as minhas questões, as minhas revisões de como anda o processo de interpretar as linhas em formas e nisso, eu não dependo da realidade, eu coleciono as imagens que vejo e por meio delas, reinvento.
O Desenho partiu de um dos tantos desenhos de Duchamp dos peões, reis, rainhas na sua época xadrezista. Talvez com isso eu também encontre uma estratégia. Uma que não esconda meu trabalho artístico, em que a criação sobreviva além da burocracia pedagógica, e que eu reinvente meu fazer educativo, por meio dessa ação criadora...
Outro dia escutei de um grande teórico português que não se é professor e artista, ou se é uma coisa ou outra, senão se está beirando uma esquizofrenia do indivíduo.
Eu discordo.
Podemos ser o que quisermos e a invenção tanto na docência quando na produção artística é o meio pelo qual todos nós seres humanos avançamos.
Invenção que vem da criação, e ai me apego ao Eisner e a sua visão de docência como Arte e de obra de Arte que possibilita uma Estética da docência...
Desmistifico o paradigma e trago com a força que a tese pode me trazer, a vontade e o desejo de se repensar o Desenho e sua trajetória na formação de quem leciona Desenho a futuros professores de Artes Visuais.
Encarrego-me de deixar à luz meu processo, revejo, revisto, reviso, recrio...